Filipe Lobo d’Avila, Advogado, Country Manager Rödl & Partner, partilha a sua opinião sobre a extinção do SEF e o desempenho da AIMA.
A imigração e o risco da incapacidade do Estado
(…) Há muito tempo que algumas forças políticas, incluindo do centro-direita, queriam acabar com o SEF. Não sendo propriamente uma novidade, no tempo de Passos Coelho essa foi a única clivagem nos membros da coligação do Ministério da Administração Interna (…).
(…) Um Serviço invejado por todos os serviços correligionários europeus, pelos prémios de excelência atribuídos, pelas evoluções tecnológicas, pela qualidade dos seus inspetores e colaboradores, mas também pela eficiência na sua ação (de análise documental, fiscalização e investigação criminal) era colocado em morte lenta (…).
(…) Ao contrário da tese que se procura afirmar para justificar o injustificável, o modelo organizacional do SEF sempre foi invejado por todos os Países Europeus por se tratar de um serviço dotado de todas as vertentes relacionadas com imigração e estrangeiros. Um serviço completo e que, também por isso, sempre foi motivo de inveja, mesmo internamente. Um dos poucos serviços públicos que exportava, em simultâneo, conhecimento e tecnologia.
Quando a máxima que tantas vezes impera é a do “não te rales, mas não te enganes”, um serviço público com este dinamismo e com estas características nunca estaria imune a invejas, pressões ou tentativas de fusão por incorporação (…).