O fim do SEF a quem beneficiou?
Todos tiveram tempo para contrariar a vontade, de alguns, na extinção do SEF.
Não foi só o SEF que foi extinto.
Ruiu todo o sistema de segurança interna.
Ruiu toda a rede de apoio à integração dos imigrantes.
Ruiu a confiança que os outros países tinham em Portugal. O nosso país passou de ser uma referência, para ser uma fonte de preocupações.
Desperdiçou-se um capital de conhecimento acumulado, expertise prática, técnica e de competência distinta granjeada ao longo de mais de 30 anos.
Apagou-se um modelo de Serviço invejado por todos os congéneres e apontado como exemplo a seguir no campo da imigração.
A questão que se põe é: Quem beneficiou com esta extinção?
Todos os dias ouvimos, vemos e lemos uma contestação geral sobre a atual política de imigração e o papel da AIMA, agora apelidada de “novo SEF”.
Todos os dias os media relatam o mal-estar nas entidades que herdaram as competências do SEF.
Todos os dias aumenta a contestação dos imigrantes e das entidades que diretamente trabalham com os imigrantes.
Afinal parece que todos eram contra o fim do SEF!
Afinal parece que os alertas do SEF, ao longo dos anos, relativos ao rumo das políticas na área de imigração e as necessidades nesta área, têm agora eco em todas as instâncias e nos mais variados quadrantes políticos.
Se não serviu o interesse dos imigrantes. Se não melhorou a sensação de segurança. Se desencadeou tantos problemas nas outras instituições, a pergunta mantém-se: A quem serviu esta trapalhada?
Se alguns julgam que o tempo só por si pode resolver esta confusão, desenganem-se!
Aqueles que olham para o nome do SEF como um produto tóxico, quase como uma heresia dos tempos modernos, são aqueles que, ou por ignorância, ou simplesmente toldados por uma ideologia desenraizada da realidade, alimentam esta confusão.
Ao contrário do que diz a canção o tempo não volta para trás.
É urgente tomar decisões! Mais importante, é sabê-las tomar com base no conhecimento.
Cada dia que passa é mais um dia de atraso.
Uma coisa podem ter a certeza, se alguém aproveitou e aproveita esta “confusão”, esse alguém são os que estão do outro lado da legalidade – os criminosos.
Paulo Jorge Pimenta | 12 mai 2024