Fim do SEF prejudicou acolhimento de imigrantes. “Há uma situação de descontrolo”
ENTREVISTA A D. JOSÉ TRAQUINA
25 mar, 2024 – 06:42 • Ângela Roque
Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social diz que o Estado não está a cumprir a sua parte, e que a imigração tem de ser uma prioridade do novo Governo, a par do combate à pobreza e da reforma da justiça. Em entrevista à Renascença, D José Traquina admite que pode não haver consenso na assembleia plenária dos bispos, em abril, relativamente às indemnizações às vítimas de abuso. E considera uma “inutilidade” o recente documento do Vaticano sobre a bênção dos casais do mesmo sexo.
A extinção do SEF prejudicou o processo de acolhimento dos imigrantes, admite à Renascença o bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social. No acolhimento a situação pode estar já em rutura, diz D. José Traquina, confirmando a preocupação da Cáritas, que já alertou estar no limite da sua capacidade de ajuda, porque muitos dos programas de apoio aos migrantes foram descontinuados.
Sobre as eleições, congratula-se com a descida da abstenção e elogia o civismo dos portugueses. Admite que um Parlamento mais fragmentado é um teste à maturidade democrática do país, mas o essencial, diz, é que no centro das preocupações dos políticos estejam as pessoas e o bem comum. As prioridades do novo Governo devem ser a Imigração, o combate à pobreza, que falhou até agora, e a reforma da Justiça.
Nesta entrevista comenta, ainda, a atualidade na Igreja e fala do sentido da Páscoa, que é um “momento de renovação” para os cristãos.