Como o Aeroporto de Guarulhos entrou na rota clandestina de migração para os EUA
Recentemente, o jornal brasileiro “Estadão” publicou um artigo no qual é noticiado que o Aeroporto de Guarulhos em São Paulo, integra uma rota de imigração clandestina utilizado por cidadãos indianos, nepaleses e vietnamitas, na medida em que desde 2022 até agora, as Autoridade Brasileiras registaram um aumento significativo de requerentes de proteção internacional.
A maioria dos migrantes não tinha o Brasil como destino final. Eles usavam o País como escala para tentar chegar aos Estados Unidos e ao Canadá.
Operações levadas a cabo pelas Autoridades demonstraram como funcionava o modelo de facilitação de migrantes ilegais no Brasil. Segundo a investigação, o grupo recrutava estrangeiros em seus países e os trazia para Guarulhos. A rede usava advogados brasileiros para solicitações de pedidos de proteção internacional e fornecia aos estrangeiros documentos de viagem falsos, incluindo passaportes, vistos e cartas de tripulantes marítimos.
Posteriormente, a rede de imigração ilegal utilizava o vulgo “Coyotes” (guias clandestinos) para transpor a fronteira com os EUA através de rotas ou caminhos alternativos.
Jornal “Estado de São Paulo”
José Maria Tomazela, 23-09-2024
Utilização de Portugal como plataforma de trânsito para alcançar países da América do Norte.
Relacionado com rotas de imigração que utilizam território nacional e cujas investigações decorreram no SEF, salientam-se dois casos em tudo semelhantes ao que foi noticiado pelo jornal “Estadão”.
Rota de imigração ilegal de nacionais georgianos – Rota de LIS-CUN
A utilização de aeroportos europeus por parte de cidadãos georgianos na posse de documentos fraudulentos é um fenómeno criminal que tem vindo a ser referenciado em Portugal e noutros países da União Europeia e cujos indícios sugerem que o objetivo final seja a entrada nos EUA, cuja passagem para este país é efetuada, através do México, com a ajuda de “coyotes mexicanos”, por via terrestre.
Com a abertura, a 27-03-2021, de uma nova rota para a América Central, nomeadamente, de Lisboa-Cancun pela TAP, com 4 voos semanais, veio aumentar o número de ocorrências de deteção de fraude.
Os cidadãos georgianos utilizavam vistos ou ARs de países da UE fraudulentos, que os habilita a entrar no México sem visto.
O crescente número de ocorrências que o SEF sinalizou, desde 2021 até à sua extinção, originou um aumento de cooperação e partilha de informação junto de Serviços Congéneres Estrangeiros e de Oficiais de Ligação de Imigração para Portugal.
Em território nacional não foram estão identificados elementos da rede criminosa.